O Ilupi realizou, em 2022, mais uma Pesquisa de Propriedade Intelectual. Vimos anteriormente que a pesquisa objetiva levantar práticas estratégicas e operacionais que vêm sendo realizadas pelas instituições, utilizadas para embasar os processos decisórios e controle do orçamento.
Além disso, tivemos como propósito entender como os prestadores de serviço estão atuando e como vem ocorrendo a sua adaptação às mudanças de demanda nos serviços de Propriedade Intelectual.
Em mais este post da nossa série sobre a pesquisa de PI realizada, falaremos sobre o monitoramento de tecnologias como forma de acompanhar as inovações que chegam ao mercado.
Veremos também que esse monitoramento é muito útil para entender os direcionamentos estratégicos de concorrentes. E, por fim, apresentaremos a forma como a contabilização dos ativos de Propriedade Intelectual como ativos intangíveis é tratada nas instituições detentoras de ativos de PI que participaram da pesquisa. Boa leitura!
No tópico 4.27 da nossa pesquisa, buscamos verificar se as instituições detentoras de ativos de Propriedade Intelectual realizam o monitoramento tecnológico, ação que gera maior aproximação das atividades de pesquisa com as necessidades do mercado.
No que diz respeito ao estado da arte e monitoramento estratégico dos concorrentes, menos da metade dos respondentes informou realizarem tais ações, seja internamente ou com o apoio de terceiros. Ainda, uma parcela significativa — 31% das instituições respondentes — informou que não realiza e não tem intenção de fazer esse tipo de monitoramento. A falta do monitoramento de tecnologias é fator que pode levar a tomadas de decisões equivocadas, como por exemplo, investir esforços em tecnologias menos disruptivas.
Buscando entender se os benefícios proporcionados pelas proteções estão sendo obtidos de fato, tentamos verificar se as instituições realizam o monitoramento de infrações de marcas e patentes. Entre as universidades e instituições de pesquisa, 26% indicaram que não realizam e não planejam fazer o monitoramento no futuro.
Essas ações devem ser realizadas com maior expressão, já que a própria instituição é a responsável por garantir que seus ativos não estejam sendo utilizados indevidamente por terceiros, garantindo vantagens competitivas.
Os ativos de PI (entendidos como ativos intangíveis) precisam ser incorporados nos processos de contabilização desde o momento em que passam a impactar nos resultados das movimentações financeiras da instituição.
Esse processo se configura como um grande desafio para as empresas e universidades atualmente, devido à dificuldade em se mensurar o valor desses ativos, classificados como não monetários e incorpóreos (CPC 04).
Das instituições respondentes, pouquíssimas indicaram que realizam a contabilização dos ativos de Propriedade Intelectual como ativos intangíveis. No entanto, 27% delas responderam que fazem a contabilização dos ativos de PI para o reconhecimento e a mensuração das tecnologias geradas internamente.
A maioria dos respondentes indicaram, ainda, não possuir informações sobre os motivos de a contabilização de ativos de PI não ser realizada, o que indica a necessidade de ampliação das discussões sobre o tema e sua importância no contexto de gestão das PIs.
Em nosso próximo post você saberá mais sobre a gestão dos custos incorridos com o portfólio de PI e descobrirá como as instituições participantes veem e cuidam do planejamento orçamentário para os gastos com seus portfólios de PI. Falaremos também sobre a busca de anterioridade no Brasil e quais agentes acabam sendo responsáveis por essa realização.
Não deixe de baixar nosso ebook com todos os dados e informações detalhadas que poderão te oferecer ainda mais insights sobre monitoramento de tecnologias e a gestão de PI no Brasil.
Até a próxima!
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